Há algum tempo atrás fui fazer uma consultoria em uma empresa. Os diretores tomaram conhecimento de inúmeros casos de concorrentes que criavam e lucravam com produtos de dados, eles queriam isso também.
Me convidaram para conhecer o escritório e percebi que todos que ali eram muito parecidos. Talvez pela falta dos meus óculos, eu não conseguia diferenciar muito bem as pessoas.
Quando fui conversar com os times técnicos, percebi que eles apontavam os mesmos problemas. Para o gestor era um sinal de que a equipe se entendia muito bem.
Para finalizar o processo de consultoria, fiz uma apresentação, que eu dividi em duas partes, a simples e a complexa
Comecei pela parte simples, falando essencialmente de tecnologia e processos.
Eles esperavam que eu indicasse tecnologias revolucionárias, e na realidade eu indiquei a aposentadoria de várias ferramentas e plataformas. Isso porque na ânsia de alcançar os concorrentes a empresa adotou diversas tecnologias incríveis, mas na média, usava 20% das funcionalidades delas.
Os times de dados estavam ansiosos pela persistência poliglota (assunto que eu abordo em muitas palestras e treinamentos), e na realidade minha proposta era focada na modelagem e governança de dados. Como criar produtos com dados que não são conhecidos? Porque investir tanto tempo em processos de limpeza de dados, se é possível garantir a qualidade na entrada dos dados?
Os times de desenvolvimento, qualidade, auditoria e o recém criado time de ciência de dados, contavam com o acesso aos bancos de dados, quando na realidade propus automatizar o fluxo de solicitação, disponibilização e destruição dos dados que estes times precisavam.
Durante uma conversa com um dos diretores ele me contou que já havia contratado outros consultores, indicados pelos times, mas nenhuma proposta parecia com a minha. Todos listavam e endossavam os problemas apontados pelo time. Esta foi a introdução perfeita para a segunda parte da minha apresentação, a parte complexa.
Com a ajuda do time de recrutamento e seleção, eu obtive algumas informações relevantes sobre os funcionários da empresa, e pude constatar que 83% dos funcionários eram homens brancos, vindos de 4 grandes universidades, na faixa de 35 anos.
Esse era o problema complexo da empresa, ela não era diversa, e por isso não contava com outros pontos de vista, outras experiências, ou outras histórias, o que dificultava a criação de novos produtos e a identificação dos problemas. Os concorrentes que lançavam produtos incríveis, eram muito mais diversos em todos os níveis. Foi complexo mostrar que não é só contratar pessoas diversas, mas oferecer-lhes um plano de carreira e oportunidades.
Infelizmente não existe fórmula mágica para as mudanças, mas existe o empenho e a dedicação daqueles que ocupam os níveis gerenciais, porque empresas diversas inovam com mais facilidade, e colaboram para uma sociedade melhor e mais justa!
Meus amigos, eu vim compartilhar este caso com vocês por dois motivos, primeiro porque muitas vezes o problema não é a falta de tecnologia, mas o uso de várias que fazem a mesma coisa. E o segundo, porque diversidade é imprescindível para as empresas que querem criar produtos e serviços inovadores.
Versão em Inglês
Innovation and diversity
Some time ago I went to do a consulting a company. The directors took notice of countless cases of competitors who created and profited from innovators data products, they wanted that too.
They invited me to visit the office and I realized that everyone who was there was very similar. Maybe due to the lack of my glasses, I couldn’t differentiate people very well.
When I went to talk to the technical teams, I realized that they pointed out the same problems. For the manager it was a sign that the team understood each other very well.
To finish the consulting process, I made a presentation, which I divided into two parts, the simple and the complex
I started with the simple part, talking essentially about technology and processes.
They expected me to refer to revolutionary technologies, and in reality, I indicated the retirement of various tools and platforms. This is because in the eagerness to reach competitors, the company adopted several incredible technologies, but on average, it used 20% of their functionalities.
The data teams were eager for polyglot persistence (a subject that I address in many my lectures and trainings), and in reality, my proposal was focused on data modeling and governance. How to create products with data that are not known?
The development, quality, audit teams and the newly created data science team, wish access to the databases, when in reality I proposed to automate the request flow, availability and destruction of the data that these teams needed.
During a conversation with one of the directors he told me that he had already hired other consultants, appointed by the teams, but no proposal looked like mine. Everyone listed and endorsed the problems pointed out by the team. This was the perfect introduction to the second part of my presentation, the complex part.
With the help of the recruitment and selection team, I obtained some relevant information about the company’s employees, and I was able to verify that 83% of the employees were white men, coming from 4 major universities, in their 35s.
This was the complex problem of the company, it was not diverse, so it did not have other points of view, other experiences, or other stories, which made it difficult to create new products and identify problems. The competitors that launched incredible products, were much more diverse at all levels. It was complex to show that it is not just hiring diverse people, but offering them a career plan and opportunities.
Unfortunately, there is no magic formula for changes, but can exists the commitment and dedication of those who occupy managerial levels, because diverse companies innovate more easily, and collaborate for a better and more just society! My friends, I came to share this case with you for two reasons, first because often the problem is not the lack of technology, but the use of several that do the same thing. And the second, because diversity is essential for companies that want to create innovative products and services.
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